Quem é você?
O Ego é a parte de nós que diz quem somos, ele toma por base referências irreais e se não entendermos essas referências e essas mensagens iremos nos afastando de nós mesmos, nossa essência, nosso Self cada vez mais. O Ego apresenta e apega-se a um sistema de crenças que deve ser questionado.
1- Sou o que tenho
Tudo começa bem cedo com os brinquedos e então, temos as roupas, calçados, imóveis… Quanto mais se tem, mais se deve ter, mais se deve possuir para sentir-se com valor. Se o outro tem um carro melhor, é mais importante que eu. Preciso de uma casa melhor ou preciso de mais uma casa, mais um casaco, mais um carro.
As pessoas vão criando parâmetros de comparação a partir de suas posses. Se tem pouco é um fracasso. O problema maior é que ao pensar assim vão se afastando do verdadeiro sentido do Ser.
Lembro de uma frase que ouvi “No fim tudo que precisamos são de apenas 7 palmos de terra”.
Ao se possuir vem a necessidade de proteger as posses e a necessidade de possuir mais porque além da competição com o outro, o prazer sobre as coisas que tenho é ofuscado pela ansiedade de querer mais. Definitivamente, você não é o que possui e seu valor não pode ser medido pela quantidade de coisas que tem.
Veja bem que o problema não está em possuir. Você pode ter quantos bens quiser, o problema está em ligar o seu valor àquilo que possui, em achar que é melhor ao possuir mais ou pior ao possuir menos, em acreditar que é mais importante quanto mais coisas tem. Esse é um grande perigo!
Temos nomes ilustres de verdadeiros gigantes e que nada possuíam de material. Não são suas posses que o definem, sua grandeza está em Ser e não em Ter.
2- Sou o que faço
Você já ouviu falar em “síndrome da agenda lotada”? Ninguém tem tempo para nada, é uma correria só, não dá nem para respirar.
Sentir-se importante a partir do volume de coisas que se tem a fazer pode ser um grande problema. A maioria das pessoas, sem perceber, vão preenchendo as horas dos seus dias até a exaustão porque precisam se sentir necessárias, importantes, como se o mundo não fosse funcionar sem seus afazeres. Essas pessoas se identificam com o que fazem, acreditam que são seus títulos, suas agendas, suas tarefas.
Veja bem, existe um grande amor em ser útil. Existe um grande bem em preencher o tempo com atividades, mas quando isso sufoca, pode ser que estejamos colocando nosso valor, nosso sentido de Ser naquilo que fazemos. Dê um dia livre de atividades a uma pessoa que acredita “ser o que faz” e ela irá sofrer, perderá sua identidade.
O seu sucesso, o seu valor o seu mérito não é determinado por aquilo que você pode realizar. A ideia sempre é: eu devo ganhar mais dinheiro, eu tenho que conseguir uma promoção, ou tudo que se relacione a esses conceitos e nos leve a competir o tempo todo para parecer melhor que o outro.
Umas das primeiras mensagens que o mundo nos passa é “você deve ser o melhor, o número um” e isso nos faz entrar em competição novamente. Acreditamos que, se não vencemos a “competição”, somos os piores, somos um fracasso, somos um erro, não temos valor. Uma ideia muito errada de quem É.
3- Sou o que pensam de mim
Acreditar que somos nossa reputação pode destruir muito mais que nossos sonhos. Esse aspecto fere de forma profunda principalmente os jovens que acreditam ter que se vestir de uma determinada maneira, agir de outra para que possa ser aceito ou pertencer. Atinge também as mulheres com a ditadura da beleza ou com os parâmetros a serem cumpridos em relação à família. Embora isso venha mudando, acredite, ainda há um grande caminho pela frente.
Você é bom, você é mal, você é estúpido, você é um gênio, você se enquadra, você é um erro. Qual a sua reputação?
Mesmo quando brigamos por isso, negamos a isso, enlouquecemos com isso e gritamos ao mundo “não importo com o que você acha de mim”, ainda estamos sob jugo, ainda sofremos as consequências disso na hora de procurar um emprego, na hora de conhecer a família do outro, na hora de fazer de um grupo de amigos.
A mudança desse aspecto só acontece de dentro pra fora. Admitir que nos importamos é o primeiro grande passo. Entender que apesar de toda sombra que essa crença nos traz, definitivamente não somos o que pensam de nós é um caminho a ser apreciado. Afinal, como diz Antonio Machado: “Caminhante, não há caminho, se faz o caminho a andar.”
4- Estou separado de tudo e de todos
Ao pensar dessa maneira o Ego nos leva a achar que também estamos separados de tudo que nos falta em nossa vida, de tudo que gostaríamos de ter.
Esse pensamento é responsável, num nível mais profundo, por um grande sofrimento, por uma busca sem frutos e pela cegueira interior.
5- Estou separado de Deus
Nós viemos de uma Fonte de Amor (Deus, Tao, Fonte). Essa fonte está em toda parte, não há lugar onde não esteja. Tudo vem a partir desta fonte, tudo é criado por Ela então, deve estar em mim.
Se está em mim e está em todos os lugares, também deve estar naquilo que eu acho que está faltando em minha vida… E quando percebo isso… quando percebo que a Fonte que dá origem a tudo está em todos os lugares incluindo em mim então, tudo está conectado, não existe separação.
E tudo que você precisa fazer é perceber isso e entrar em alinhamento consigo mesmo. Sentir a conexão. Compreende? Não é preciso fazer nada, apenas deixar acontecer.
Muitas vezes não sabemos como caminhar em direção ao que tem significado em nossa vida, mas o que precisamos fazer é Confiar. Ter a certeza que não estamos sozinhos, saber que somos cuidados e guiados, sentir que estamos seguros, Confiar.
Conclusão
Sei que alguns desses conceitos são de difícil assimilação. Muitas vezes entendemos num nível intelectual, mas não chegamos a sentir que absorvemos o conhecimento.
Sei também que bem dentro de você pode haver controvérsias, dúvidas, questionamento, resistência e quero que saiba que isso é muito bom. Apenas não se engane, não se maltrate, não coloque quem você é em bases tão superficiais. O que você é tem muita grandeza e profundidade.